O deputado municipal Raul Martins, antigo líder concelhio do PS, considera que Francisco Picado está “mais preparado” para enfrentar os problemas do município do que Eduardo Feio, seu adversário nas futuras eleições internas do partido.
Formado e com actividade profissional na área das finanças e economia, Francisco Picado é “mais competente” para dirigir o PS/Aveiro no próximo mandato, que coincide com as próximas eleições autárquicas, no final de 2013, avalia Raul Martins.
Estando a Câmara de Aveiro numa “situação financeira desesperada”, os socialistas precisam de um líder concelhio com experiência no sector, acrescenta o deputado municipal.
Francisco Picado, professor no Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro e durante cinco anos administrador-executivo da empresa Metro Mondego, já anunciou a sua candidatura à chefia da comissão política concelhia do PS, na oposição desde 2005.
A futura direcção concelhia do partido terá a responsabilidade de escolher o próximo candidato à Câmara. O cabeça-de-lista, segundo Raul Martins, terá de ser alguém “com capacidade de liderança, conhecimentos técnicos profundos, coragem política e uma ideia para o desenvolvimento do concelho”. Há “vários nomes” que encaixam neste perfil, mas ainda é cedo para lançar possíveis candidaturas. Isto numa altura, lembra o deputado municipal, em que do lado da coligação PSD/CDS há ainda dúvidas por desfazer, nomeadamente se a aliança criada em 2005 se prolonga a partir de 2013 ou se Élio Maia, líder do executivo, volta a candidatar-se.
O ex-presidente do PS/Aveiro diz que vai “apoiar convictamente” Francisco Picado, cujo projecto visa “trazer inovação ao PS”. Eduardo Feio está a fazer um “bom trabalho” como líder concelhio, mas tem sentido “dificuldades em passar a sua mensagem” e “não tem sido tratado da melhor forma no exterior”.

Raul Martins
fala em
necessidade de
novo empréstimo

Raul Martins denunciou, por outro lado, a “total incompetência” da maioria PSD/CDS para responder às dificuldades financeiras com que o município se debate. “A Câmara está a envergonhar os aveirenses. E já não vale o argumento da herança que a actual maioria recebeu em 2005, porque já passaram vários anos e entretanto já foi contraído um empréstimo”, referiu.
O socialista entende, de resto, que a edilidade tem “necessidade absoluta” de voltar a recorrer à banca para fazer face às dívidas de curto prazo, que estarão a “ultrapassar” os valores verificados antes do empréstimo de 58 milhões de euros em vigor, contraído para saldar as contas de curto prazo. O novo empréstimo, a concretizar-se, teria de ser “superior a 50 milhões de euros” e iria “onerar fortemente” o município devido às taxas de juro contratadas.